Muitos concursos para poucas datas - Parte 1

Se tem uma coisa que irrita qualquer concurseiro é descobrir que dois concursos foram marcados para o mesmo dia. Quando isso acontece, é o caos. Há concurseiros que esbravejam, outros se desesperaram, alguns deprimem e outros aceitam com resignação. Seja como for, a maioria se vê diante de uma grande dúvida quanto qual concurso optar.

Excetuando os concurseiros que já se decidiram anteriormente por um concurso específico e vêm se preparando exclusivamente para ele, nesse caso não estão nem aí para qualquer outro concurso marcado para a mesma data, todos os outros terão, uma hora ou outra, de lidar com uma situação assim.

Basicamente podem acontecer cinco situações desse tipo. Notem que classificarei os concursos quanto aos salários oferecidos, como fazem muitos concurseiros. Vejamos rapidamente cada uma:

Concurso fraco + concurso fraco – Quando dois concursos com salários baixos são marcados para o mesmo dia (até R$2 mil), acaba não sendo problema para a maioria dos concurseiros, que mesmo que o prestem, será somente para ganhar uma graninha enquanto não passam em outros concursos melhores.

Concurso bom + concurso fraco – Quando marcam para o mesmo dia um concurso bom (salário em torno de R$4 mil) e um fraco, a escolha fica fácil, claro, a maioria opta pelo concurso bom.

Concurso bom + concurso bom – Aqui a situação já complica, com dois concursos bons marcados para o mesmo dia. Nesse caso o concurseiro deverá analisar com cuidado a quantidade e dificuldade da matéria cobrada, o tipo e local de trabalho, além dos demais detalhes que o ajudarão na escolha.

Concurso bom + concurso ótimo – Esta é situação mais complicada que pode acontecer e que, com todo motivo, tira a tranqüilidade de muitos concurseiros. Será melhor optar pelo concurso bom, que parece ser mais fácil de passar, ou pelo concurso ótimo (em torno de R$7 mil), que é muito mais atraente? Bem, essa situação ocorre frequentemente, até no mesmo concurso com cargos de nível médio e nível superior. Esse assunto vale um artigo específico, que vou postar na segunda-feira.

Concurso ótimo + concurso ótimo – Essa situação é semelhante há quando há dois concursos bons marcados para a mesma data, vale analisar matérias a serem cobradas e demais detalhes, para então se fazer a melhor escolha possível.

Seja como for, não deixa de ser frustrante quando é preciso optar entre entre dois ou mais concursos marcados para o mesmo dia. O questionamento geral é o seguinte, se há poucas bancar organizadoras, porque coincidir concursos na mesma data? Claro que há motivos justos, como prazos exíguos para realizar os concursos, coincidência na autorização de vários concursos de uma vez. Deve-se ter em mente que, também, há coincidências premeditada de datas, quando os órgãos que oferecem as vagas querem ter certeza de que os melhores concurseiros realmente optaram pelo órgão e não estão prestando o concurso somente por prestar.

Resumo da ópera – Coincidências de datas de concursos são chatas, mas acontecem. Resta aos concurseiros lidar com isso da melhor forma possível.

IMPORTANTE - Como continuarei esse artigo na segunda-feira, peço a opinião de vocês sobre esse assunto. Como vocês lidaram ou lidam com situações desse tipo? Já fizeram uma escolha da qual se arrependeram? Mandem sua opinião para que eu possa incorporar à segunda parte desse artigo.

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A dica de “pegadinhas” de português de ontem gerou muitos comentários e uma controvérsia. Um leitor do blog diz:

“Na verdade, "em baixo" existe, sim. "Falei com ele em baixo tom de voz", "A discussão prosseguiu em baixo nível"... não é muito comum e talvez até meio forçado, mas quando o negócio é pegadinha de concurso...”

Lá fui eu pesquisar e encontrei uma ótima explicação no site do “Nossa Língua Portuguesa” da TV Cultura:

"Embaixo" ou "em baixo"?

Nosso sistema ortográfico possui algumas incoerências. Uma delas é o caso de "embaixo". Juntamos ou separamos essa palavra? Vejamos a letra da música "Eu vou estar", do grupo Capital Inicial.

(...)

Nos seus livros

nos seus discos

vou entrar na sua roupa

e onde você menos esperar

embaixo da cama

nos carros passando

no verde da grama

na chuva chegando

eu vou voltar...

"...embaixo da cama", diz a letra. E se fosse "em cima da cama"? Nesse caso, deveríamos usar duas palavras: "em" e "cima". Mas "embaixo" constitui uma única palavra.

Havia uma propaganda de rádio em que um menino dizia: "Pai, porque 'separado' se escreve tudo junto e 'tudo junto' se escreve separado?". De fato, parece uma incongruência.

Seja como for, escreve-se "embaixo" junto e "em cima" separadamente.

Se a palavra "baixo" for adjetivo, então ela será autônoma, como neste exemplo:

Ele sempre se expressa em baixo calão, em baixa linguagem.

De resto, o contrário de "em cima" é "embaixo".

Nessa "pegadinha" nós não caímos, mais!

Quando a esmola é grande, o santo desconfia

Acabei de fazer uma pesquisa no Googgle com as palavras-chave “apostilas para concursos grátis”, que retornou “aproximadamente 115.000” referências. Para muitos concurseiros com pouca grana, um resultado desses só pode trazer alegria. Mas será que é motivo para comemorar?

Já disse várias vezes aqui no blog que a Internet é uma das melhores e mais poderosas ferramentas que o concurseiro pode dispor. Só que é preciso ter muito cuidado quando se pesquisa, escolhe e usa material de estudo colhido na Internet.

Tempos atrás eu procurava um bom resumo de direito tributário na Internet. Como com toda matéria que nunca estudei, gosto primeiro de ler um bom resumo para ter uma idéia geral da matéria, para só então começar a estuda em detalhes. Lá vou eu para o Google pesquisar e encontro 3.520 referências. Depois de uma hora visitando os links que pareciam mais promissores, encontrei somente três resumos que pareciam mais bem feitos. Um desses resumos era, realmente, muito bom. Os outros dois, porém, nem tanto. Um era se revelou superficial em vários pontos importantes. O outro tinha vários erros que até quem não estudou a matéria notava.

Essa experiência pessoal serve para ilustrar algo muito grave e que poucos concurseiros levam em consideração quando procuram material de estudo gratuito na Internet, de que há muito lixo na rede, muito mesmo. Se a pessoa não tomar cuidado, vai estudar com material de baixa qualidade, superficial e, o pior, com erros graves.

É preciso critério na avaliação do material de estudo grátis disponível na Internet. Vale a pena pesquisar e analisar o material que encontrar com muito cuidado. Há muitos concurseiros e professores de cursinhos que disponibilizam na rede material de graça de ótima qualidade, mas também tem gente que faz isso com material ruim, cheio de erros, superficial. Não digo que todos o façam por maldade, muito gente faz com boa intenção, mas podem ter certeza de que algumas pessoas fazem por pura maldade e desejo de prejudicar outros concurseiros (ainda tenho de escrever sobre isso, vou até anotar aqui).

Não vou escrever um manual de como selecionar material de estudo na Internet, já que essa seleção depende do nível de conhecimento do concurseiro, do que está procurando, do nível de profundidade do assunto. De qualquer modo, a maioria do material de qualidade inferior é fácil de identificar. Há erros de português, as frases são curtas e superficiais, não há uma estrutura lógica clara.

Resumo da ópera – A Internet pode (e deve) ser fonte de ótimos materiais de estudo para o concurseiro, mas é preciso ter cuidado para não estudar qualquer material que se encontrar. Analise com atenção o material que encontrar, descarte de cara o que parecer muito superficial, tiver erros flagrantes, for muito antigo. Mesmo o material que parecer muito bom pode ter erros, o que poderá ser identificado facilmente se você estudar mesma matéria com materiais diversos, entre eles bons livros.

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PORTUGUÊS

» CESSÃO, SEÇÃO E SESSÃO

Há três palavrinhas parecidas, mas de significados bem diferentes, que vez ou outra causam estragos. Eis as ditas-cujas:

CESSÃO é o ato de ceder: A cessão do imóvel está cancelada.

SEÇÃO, que pode ser também SECÇÃO, é o departamento, a fração, o setor: seção do jornal, seção da loja, seção de brinquedos, seção eleitoral.

SESSÃO é o tempo de duração de um evento, espetáculo, trabalho: sessão da Câmara, sessão de cinema, de teatro, de música, de ginástica.

» EM BAIXO ou EMBAIXO?

O certo é "embaixo", uma só palavra. "Em baixo", em duas partes, não existe.

» CRASE: VALE À PENA ou VALE A PENA?

Não há crase na construção "vale a pena" porque "valer" é transitivo direto: alguma coisa vale o castigo, o esforço, a pena.

Se houvesse crase em "vale a pena", alguma coisa valeria ao castigo, ao esforço...

Desafio - O certo é:

a) extender ou estender?
b) extensão ou estensão?
c) receioso ou receoso?
d) umidecer ou umedecer?

A resposta será postada amanhã.

Fonte:
JC Online

Respondendo algumas perguntas

Sempre recebo perguntas de concurseiros em meio aos comentários aos artigos do blog. Como tenho pouco tempo livre, espero acumular um punhado para então ler, separar, publicar e responder. Então, se você postar um comentário ou pergunta, pode deixar que publicarei ou responderei, só posso demorar um tempinho para fazer isso 

Antes de começar, tenho alguns dados interesssantes que vocês podem gostar de saber. Este blog foi criado e recebeu seu primeiro artigo no dia 14 de outubro de 2007 e desde então recebeu 12.150 visitantes únicos. A média de visitantes diários gira em torno de 200, com pico registrado de 343. Recebemos visitantes principalmente do Brasil, mas há, também, visitas de concurseiros em/de outros oito países ao redor do mundo.

Vamos ao que interessa.

“Eu só comecei a estudar em janeiro e sei que não seriei chamado. Fiz apenas 74 pontos no TST. Sei que é muito pouco, mas é continuar na luta que já, já chega minha vez. A nota de corte para a segunda fase deve ser no mínimo uns 85-90 pontos. O que você acha?”

Vamos por partes. Quanto a começar a estudar em janeiro e ter ficado decepcionado com seu desempenho nesse concurso, esqueça disso. Estudar para um concurso como o do TST não é coisa para ser feita em dois meses sem ter uma boa base de conhecimento de matérias cobradas em concursos públicos. É humanamente impossível estudar toda a matéria do programa o suficiente em tão pouco tempo partindo do zero (exceto se você for uma daquelas pessoas com superinteligência). Quanto à nota de corte, bem, todo mundo tem direito a um chute. Eu chuto 100 pontos. As provas desse concurso estavam com um nível alto de dificuldade, porém o número de candidatos foi grande e muitos vêm estudando faz tempo para outros concursos. Só o Tempo (e o resultado) dirá quem está certo.

“Quando você passar no tão sonhado concurso, vai continuar com o blog?”

Gosto de escrever no blog. Quando escrevo, estou me auto-motivando e fico satisfeito em saber que minhas palavras também motivam outros concurseiros. De qualquer forma, não vou sossegar enquanto não garantir meu nome na lista de aprovados (e empossados) em um daqueles concursos de tribunal de contas com salário acima dos R$20 mil. Claro que isso não será fácil e demorará algum tempo, logo, o blog ainda viverá por um bom tempo. Depois disso, só Deus sabe.

“Estou trabalhando numa multinacional, mas ganho pouco, não gosto do meu trabalho e meu chefe é um porre. Fiz o concurso para escrevente do TJSP para o interior é fiquei na posição 201 com um mês de estudo sério, não é o suficiente para eu passar, mas fui melhor do que esperava. Você acha que devo largar e me dedicar somente a estudar para concursos?”

Essa pergunta é difícil de responder, muito difícil. Eu já tive de respondê-la, assim como muitos concurseiros. Claro que essa decisão somente você pode tomar, mas posso dar alguns conselhos que podem ajudar na sua decisão. Em primeiro lugar, se for para você fazer isso, você tem de estar convencido de que realmente estudará muito e até passar. Vários concurseiros quebram a cara largando o trabalho para estudar, mas no final dormem, vão para a balada e no final acham que fizeram bobagem largando o trabalho. Errado. Se tomar essa decisão, é para estudar o tempo todo, sério, muito sério. Em segundo lugar, você precisa sobreviver de alguma forma. Se você tem dinheiro guardado, verifique quanto tempo você poderá se virar com esse dinheiro, já que ser concurseiro não é barato, são gastos com apostilas, livros, inscrições, viagens para prestar prova. Se for depender da ajuda de alguém para se manter (pais, irmãos, parentes, ...), converse com eles antes de fazer qualquer coisa. Em terceiro lugar, prepare-se para ser olhado com o rabo de olho por muita gente que acha que concurseiro que abandona o trabalho para estudar sério está é querendo enrolar e não trabalhar.

“Onde posso encontrar boas apostilas para concursos públicos? O que você recomenda?”

Muito cuidado com apostilas. É assustador o que tem de ruim por aí. São apostilas com erros, desatualizadas, mal feitas. Muitos concurseiros, inclusive, se recusam a estudar por apostilas, preferindo somente livros. Eu, porém, não sou tão radical. Gosto muito das aulas online (que no final são como apostilas) do www.pontodosconcursos.com.br, material muito bom, de qualidade, bem cuidado e que vale o quanto custa. A Vestcon também tem lançado um material legal ultimamente, mas não é tudo que é realmente bom, é preciso checar com cuidado. Pessoalmente não recomendo nenhuma outra marca de apostila.

“Boa noite, gostaria que você me indicasse um site que tenha livros pedagógicos, em especifico de Jaqueline Moll.”

Putz, agora você me pegou. Não tenho a mínima idéia. De qualquer modo encaminhei sua pergunta para alguns colegas concurseiros que estão prestando concursos nessa área e se tiver alguma resposta positiva, postarei no blog. Se alguém souber de livros para essa finalidade, me mandem uma mensagem, por favor.

*** Uma concurseira deu a idéia de montar um vídeo motivacional. Achei legal a idéia e vou fazer um, não garanto quando, pois tenho de pesquisar como fazer, mas pode deixar que uma hora vou fazer e postar no blog.

*** Raquel, não esqueci do artigo baseado na sua pergunta, não. Vou escrever postá-lo até sexta, juro.


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MÚSICA DO DIA

Hoje a dica é para um remix tranquilinho com fundo dance, legal para estudar matérias longas em dias nublados.

Muita gente para poucos ônibus

“Sou concurseira tem 2 anos e passei no meu primeiro concurso o DNIT depois de 3 meses ralando legal, agora não consigo passar pro MPU , pro TST, putz, fico bem colocada, mas longe do que preciso ...ai ai 78 pontos no TST não da nem pro gasto ! putz! vou fazer TJDFT no domingo e to pilhada!

Desde que eu me formei na faculdade meu pai insistia comigo que eu devia prestar concursos públicos ao invés de quebrar a cabeça na iniciativa privada. Por muito tempo recusei-me a ouvi-lo por duas razões. A primeira estava numa falsa noção de que seria uma vergonha ralar tanto para me formar em uma universidade federal de primeira linha para terminar sendo servidor público (uma idiotice, claro) e a segunda nos salário mais baixos pagos então pelo serviço público, muito inferiores aos pagos da privada.

Só que as coisas mudaram. De um lado amadureci e tomei consciência de que não haveria vergonha nenhuma em ser servidor público, muito pelo contrário, que eu e o serviço público só teríamos a ganhar se trabalhássemos junto. Por outro lado, os salários e a segurança da iniciativa privada despencaram e o serviço público se tornou muito mais atraente em termos financeiros e profissionais.

Infelizmente não fui somente eu que mudou de idéia e chegou à conclusão de que vale, sim, a pena ralar alguns anos para conquistar a tranqüilidade e ótimo salário do serviço público. Os concursos públicos continuam sendo realizados como sempre, alguns anos oferecendo mais vagas e outros menos, mas o número de candidatos vem aumentando exponencialmente. Quem dissesse há três ou quatro anos que um concurso para 200 vagas no TST atrairia mais de 150 mil candidatos ou que 2000 vagas no INSS atrairia 600 mil candidatos seria taxado de louco, mas é isso que está acontecendo hoje. Passar em medicina na Fuvest tornou-se fichinha perto de ser aprovado para um concurso público com salário acima dos R$5 mil.

Nesse cenário não é de se estranhar o que essa concurseira está vivenciando. Se esse ano houver um concurso para o DNIT com o mesmo número de vagas que quando ela foi aprovada, com toda certeza o número de candidatos será muito maior, assim como a dificuldade para passar.

É uma regra básica de Economia. O que acontece quando a oferta de trabalhadores é muito maior que a demanda? Simples, o empregado pode escolher a vontade quem vai contratar. No serviço público não é diferente. Diante da grande oferta de ótimos candidatos, aumentar o nível de dificuldade das provas atinge simultaneamente a dois objetivos. Um deles é o aumento do nível intelectual e de conhecimentos dos novos servidores públicos, afinal de contas, somente os melhores e mais bem preparados serão aprovados. Outro é facilitar o processo de seleção, já que se as provas forem muito fáceis, o número de gente gabaritando será muito maior que o número de vagas disponíveis,dificultando o processo de seleção.

Resumo da ópera – Não se engane, vencer na guerra dos concursos públicos vem se tornando cada vez mais difícil. É muita gente querendo a tranqüilidade e bons salários do serviço público. Claro que nessa multidão de candidatos, poucos são os que estão se preparando com seriedade para as provas, mas mesmo esses poucos ainda são muitos em relação ao número de vagas oferecidas em cada concurso. Mas é como numa fila, à medida que quem está na frente é aprovado, dá lugar para quem vem atrás e a fila vai andando. Mas existe um lado bom nesse recrudecimento da concorrência. Quanto mais difícil for vencer nessa guerra, maior será a honra da vitória. Eu não vou me importar nem um pouco de me vangloriar de ter vencido em um concurso com concorrência de 200, 300 ou 500 candidatos por vaga, não vou, mesmo. E você, vai?

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Aviso - Sei que há um monte de comentários postados que ainda não foram publicados. Vou dar um jeito nisso nos próximos dias.

Pergunta - Vocês estão curtindo as músicas que posto diariamente? Estão baixando? Ou é bobagem esse negócio de música do dia?

Trabalho perdido ... oba?

Semana passada tinha falado em um artigo do quadro de estratégia de estudo que gastei algumas horas para fazer e que serviria de guia para meu preparo para a prova da CGU que aconteceria no segundo final de semana de março. Bem, a data do concurso foi mudada, para duas semanas depois da data original. Muita gente comemorou, afinal de contas são duas semanas a mais para estudar. Mas será que é mesmo motivo de comemoração?

Já faz um bom tempo que aprendi que nem tudo que parece ser boa notícia acaba sendo, no final, algo tão bom. Não é raro de uma coisa parecer muito boa em um primeiro momento e depois acabar se revelando algo que seria melhor se não tivesse nunca acontecido. É mais ou menos como ver um doce lindo e apetitoso, mas quando você dá uma mordida descobre que só tem beleza, porque de gostoso mesmo não tem nada.

Quando comecei a estudar em abril do ano passado, meu foco e motivação era o concurso da Câmara dos Deputados. Lá pelas tantas a data foi adiada em dois meses (ou algo assim, não me lembro bem). Tinha começado a estudar fazia pouco tempo, ainda brigava com o básico das matérias básicas. Nessa situação o adiamento foi muito mais que bem vindo. Nesses dois meses adicionais pude estudar muito mais e prestar uma ótima prova (não passei, mas fiquei em 208 entre quase 8.000 candidatos, o que para mim foi uma vitória).

Semana passada preparei uma ótima estratégia de estudo para o concurso da CGU, apertada, mas ótima. Agora veio esse adiamento de duas semanas. Vejamos, no dia 16 prestarei a prova para o concurso do INSS ... êpa, isso é um problema. Duas semanas não é muito tempo e além de ter de misturar estudos para dois concursos próximos, na última semana meu rendimento não estará tão bom por conta do esgotamento da prova do INSS (não adianta, toda prova esgota candidatos sérios, nem que seja um pouco), logo terei de pegar leve para não chegar cansado às provas da CGU (são dois dias de prova, sábado e domingo). Sinceramente não acho que esse adiamento seja um bom negócio para mim, não.

Infelizmente, ainda não vivemos em um mundo com tecnologia avançada o bastante para haver democracia direta, onde todos votar para resolver tudo (dizem que algum dia isso existirá), logo não podemos fazer outra coisa senão aceitar adiamentos como esse e lidar com eles da melhor forma possível. Ontem a noite quebrei a cabeça para montar uma nova estratégia mista para os concursos da CGU e INSS de forma que possa otimizar os estudos dando mais foco ao primeiro concurso, evitando o esgotamento e cansaço excessivo que possa comprometer meu rendimento em ambas as provas. Não foi fácil e o resultado, sinceramente, não me parece tão bom quanto a estratégia original para a CGU. Mas não tem como chorar, o negócio é roer mais esse osso.

Resumo da ópera - A vida do concurseiro é assim mesmo, apagando incêndios diários (às vezes mais do que um por dia) sem se deixar abater. O mais importante é ter flexibilidade para se adequar a mudanças de edital, de datas de prova, de prioridades de estudo. O concurseiro que tem flexibilidade consegue lidar com mudanças e, inclusive, usá-las a seu favor, mesmo quando isso não se mostre muito fácil. Agora, concurseiros sem flexibilidade só perdem com qualquer mudança e acabam sofrendo e demorando muito mais até alcançarem o sucesso. Mas que essa mudança de data foi uma droga, não tenho dúvidas. E que me perdoe quem acha o contrário.


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MÚSICA DO DIA

Hoje a música é para deixar o dia com cara de mistério. Essa música é de um gênero muito usado em filmes antigos de aventura e que fez muito sucessos nos anos 50, chamasse "Exotica". Sua característica é usar sons e arranjos das ilhas do Pacífico. Essa faixa chama-se "Island Mist". Ótima para aquietar o espírito antes de começar a estudar.

Quando as coisas não saem como planejadas


Nessa segunda-feira, no dia seguinte à prova do TST, tirei a tarde para planejar minha estratégia de estudos para o concurso da CGU, com provas marcadas para os dias 08 e 09 de março (isso mesmo, dois dias de prova).


Depois de algumas horas brigando para montar um quadro de estratégia de estudo (vou mostrar e explicar como fazer semana que vem), estava tudo pronto para voltar para a luta. Tinha programado estudar ou revisar todas as matérias do programa usando uma classificação de prioridades e com diferentes tempos de estudo.

Hoje é sexta-feira e quando olho para o quadro vejo que cumpri somente 70% do programado. Muitos concurseiros entram em pânico quando notam que isso aconteceu. "Meu Deus, não estudei direito, não vou passar, estou ferrado, estou fudido, o que é que eu faço?". Claro que esse pânico é inútil, já que não vai fazer o tempo voltar para poder se consertar as coisas. Eu não me desespero. Não, não faço isso porque sou um gênio e sei tudo. A diferença é que considerei um aspecto muito importante na minha estratégia de estudo que muita gente deixa de lado, o imprevisto.

Essa semana tive três imprevistos que comprometeram minha capacidade de cumprimento da minha estratégia de estudo. Em primeiro lugar estava mais cansado do que previa por conta da viagem e prova do TST e na terça-feira meu redimento foi deplorável. Em segundo lugar meu irmão fez o favor de navegar por algum site indevido ou abrir algum emails que não devia e contaminou meu computador com um virus bravo e no final tive de formatar o HD e reinstalar tudo. Em terceiro lugar, terei de fazer uma viagem que não tenho como não fazer e por isso vou ficar hoje e amanhã cedo sem poder estudar.

Exatamente por saber que existem imprevistos em nossa vida que podem comprometer (e geralmente comprometem) nossa estratégia de estudo, não deixei isso de lado durante o planejamento. Em termos práticos, deixei três tardes em aberto justamente para poder acomodar desvios e contratempos na estratégia de estudo. Simples, fácil, prático e eficiente.

Resumo da ópera - Estudar para concursos públicos é algo muito mais complexo que simplesmente sentar e estudar. É preciso estratégia, planejamento, jogo de cintura. Não digo que quem somente se senta e estuda não vá passar, mas terá mais trabalho e dispenderá mais energia que quem planeja e monta uma estratégia de estudo. Só que também não adianta planejar uma estratégia engessada, rígida, não adianta mesmo, se não houver flexibilidade para que o concurseiro possa enfrentar os contratempos diários, a coisa pode ficar feia.

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MÚSICA DO DIA

Hoje a música é para animar. Um mix muito bom para aqueles dias quando a animação está baixa, a preguiça batendo à porta e é preciso fazer um montão de exercícios numéricos. ou ler um longo capítulo de legislação.

Saldo de batalha

Muitos concurseiros acreditam que as provas de concurso servem somente para testar os conhecimentos da matéria listada no edital e que após as provas resta apenas esperar pelos resultados. Nada mais errado, pois agindo dessa forma está-se deixando de aproveitar um importante dividendo que somente após fazer provas pode ser colhido, o que chamo de saldo de batalha.

É interessante como a maioria dos livros de técnicas de estudos para concursos públicos e professores de cursinhos frisam quase somente a importância das estratégias pré-prova. Poucos falam da importância das estratégias pós-prova e quando falam é de forma superficial. Além disso, os próprios concurseiros parecem não dar importância para essas estratégias e, com isso, ficam para trás de quem dá importância e as pratica.

Vou aproveitar o concurso do TST, que fiz as provas no final de semana passado, para ilustrar como faço a análise pós-prova.

Análise do modo de estudo das matérias – É somente fazendo provas que podemos saber se estudamos a material do edital da melhor forma para resolver as questões. É possível se basear em questões anteriores da banca que realiza o concurso, mas também é necessário ter em mente que a tendência pode ser quebrada, como aconteceu com esse concurso, em que as questões apresentadas pela Cespe foram muito mais profundas e densas (pelo menos para o cargo de analista). Como desde o começo achei que esse concurso não seria faço, estudei com atenção aos detalhes, portanto não tive maior dificuldade para responder às questões da prova, o que não significa, claro, que as achei fáceis ou acertei tudo.

Análise do peso dado ao estudo de cada matéria – Nos editais são especificados os pesos das matérias que serão cobradas nas provas, o que é uma informação muito importante. Porém, também é importante que o próprio concurseiro dê peso às matérias do edital de acordo com seu conhecimento de cada matéria. Mesmo que uma matéria tenha peso menor no concurso, o concurseiro deverá estudá-la com mais cuidado se não estiver tão bem versado nela. Nesse concurso fiquei bastante satisfeito com o peso que dei ao estudo das matérias. Concluí que poderia, no entanto, ter dado um pouco mais de peso para matemática financeira e às fórmulas de cálculo de algumas partes da matéria de administração.

Análise da estratégia de fazer a prova – A estratégia usada pelo concurseiro para fazer prova é muito importante, principalmente numa banca como a Cespe, para a qual uma questão errada anula uma certa. Como é dito para vários concurseiros e professores de cursinho, a prova da Cespe não é o tipo de prova para ser respondida totalmente. Se você não sabe uma questão ou não tem mesmo certeza da resposta, não marque resposta alguma, assim não correrá o risco de errar e anular um acerto. Além disso, faz parte da estratégia de fazer prova o controle de tempo. Fiquei satisfeito com a estratégia de prova que adotei. Controlei o tempo de forma a não correr o risco de ter de fazer alguma coisa na correria e quanto à marcação das questões, deixei pelo menos 20 questões sem resposta pois não tinha certeza ou não sabia a resposta.

Análise de outros itens – Há alguns itens que escapam às análises anteriores, por isso entram nessa última análise. Nesse concurso, por exemplo, tive dificuldade de lidar com o pouco espaço disponível para fazer contas e cálculos, o que me chamou a atenção para a necessidade de treinar fazer contas de questões inteiras em pequenos espaços de papel em branco.

Minha prioridade no concurso do TST era a prova de analista, mas como somente pegaria o ônibus de volta para casa no começo da noite, resolvi prestar também a prova para o cargo de técnico. A prova começou às 15:15 horas, mas como tinha de estar na rodoferroviária (nomezinho estranho, né?) às 18:00, fiz a prova a toque de caixa e às 17:00 a estava entregando para poder ir embora. Sinceramente, estou curioso para comparar o desempenho que tive nas duas provas, a primeira feita com cuidado e abundância de tempo e a segunda com menos cuidado e pouco tempo. Como não fiquei até os últimos quinze minutos de prova para poder levar o caderno de provas, somente saberei disso quando for divulgado o resultado oficial e os cadernos de provas digitalizados.

Resumo da ópera – Quando fizer uma prova de concurso, se dê um dia para descansar e então, antes de voltar a estudar para o próximo concurso, invista algumas horas para analisar a prova que você acabou de prestar e seu desempenho. É somente com esse tipo de análise que você poderá identificar suas deficiência, o que você fez de errado, o que poderia ter feito melhor, para então corrigir e poder ter um desempenho muito melhor no próximo concurso que prestar. Não fazer isso por não saber que tem de ser feito é até desculpável, mas agora que você sabe, se não fizer será uma burrice!

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MÚSICA DO DIA

Já escrevi num artigo anterior de como a música pode ser um excelente auxiliar de estudo. Além de anular o ruído de fundo e permitir uma maior concentração no estudo, também ajuda a controlar nosso ânimo. Se estou desanimado para estudar, ouço músicas animadas. Se estou muito agitado, ouço músicas calmas. Decidi, então, que seria interessante disponibilizar diariamente um link para uma música ou mix musical que costumo ouvir.


Hoje a dica é para um pouco de Beethoven, mas algo bem calminho. Nesse MP3 há uma sonata de piano e um opus para quarteto de cordas. Música para ouvir em dias agitados, pois acalma a mente e ajuda na concentração para estudo de matérias densas que exigem memorização.

Cada cabeça, uma sentença

Hoje vou falar um pouco sobre as pessoas que encontrei no concurso do TST, os tais concorrente, temidos como se fossem verdadeiros gênios já com um pé no serviço público, pessoas com quem muitos concurseiros preferem evitar contato.

Brasília estava tomada por inscritos no concurso do TST. Os 152.000 candidatos, grande parte de fora de cidade, lotaram os hotéis e eram encontrados por todos os lados. Ao contrário do que muitos imaginam, esses concurseiros são gente como a gente, de longe, de perto, cansadas, ansiosas, nervosas. Eu, que não acredito nem um pouco nessa história de concorrência (acredito, sim, que a única concorrência que importa é a minha contra mim mesmo), tratei de papear com vários concurseiros, fosse no ônibus, no elevador do hotel, nos táxi para e de volta das provas, na praça de alimentação do shopping.

Quanto à origem – Olha, encontrei concurseiros de tudo que é canto do país. Havia, sim, muito concurseiros residentes em Brasília, mas também gente vinda de Caxias do Sul (RS), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e um monte de cidades do interior desses estados e de outros. Isso mostra que concursos de primeira linha que oferecem um bom número de vagas e um bom salário acabam atraindo concurseiros de todos os lugares. Os concursos predominantemente regionais estão acabando, se já não acabaram.

Quanto à idade – Há apenas alguns anos a média de idade dos concurseiros variava dos 30 aos 40 anos na maior parte. Isso também acabou. Encontrei concurseiros de 19 anos até concurseiros com 49 anos. Os mais novos querem assegurar um bom salário logo no início da vida profissional, enquanto os mais velhos querem fugir dos baixos salários e insegurança da iniciativa privada.

Quanto ao nervoso – E quem não estaria nervoso às vésperas da prova do TST? Se você já pensou em um sonoro “ninguém”, você errou. Vi muita gente tranqüila, aproveitando a viagem para conhecer os pontos turísticos da capital federal. Em uma comunidade do Orkut relacionada ao concurso tinha até gente combinando ir para a balada no sábado à noite (!). Apesar de não ser possível relacionar tranqüilidade com falta ou excesso de preparo, a tendência é para a primeira opção, mesmo porque a maioria dos que estão bem preparado acham que não estão. Só para vocês terem uma idéia, soube de concurseiros tão tranqüilos que dormiram enquanto esperavam as provas serem entregues, enquanto outros quase tiveram de ser internados de tão nervosos.

Quanto ao preparo – Aqui a variação é ainda maior. Encontrei muita gente que começou a estudar somente no começo do ano. Algumas pessoas começaram a estudar no carnaval. Mas também encontrei gente que está na estrada dos concursos públicos há um ou dois anos. Pelo que pude notar, não há uma relação direta consistente entre tempo de estudo e nível de preparo. Conversando sobre as matérias e sobre as provas, encontrei concurseiros que estudaram pouco tempo e me pareceram bem preparados, assim como também encontrei concurseiros que estudaram muito tempo e me pareceram mal preparados.

Resumo da ópera – Não acredito que seja mais possível montar um perfil definido de quem presta concursos públicos, como podia ser feito há alguns anos. As coisas mudaram e hoje gente de todas as idades, origens e níveis de preparo prestando concursos públicos. Isso é muito bom, pois tende a enriquecer a aumentar a ética do serviço público ao longo do tempo. Quanto à concorrência, pode tanto aumentar quanto diminuir, é muito relativo. Mas deixou um conselho, esqueça essa idéia de se esconder atrás de um escudo de mau humor e cara feia quando for prestar concursos, muito pelo contrário, interaja com outros concurseiros, converse, faça amizades, troque emails, pois isso só tende a enriquecê-lo como pessoa e como concurseiro.

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Amanhã postarei o último artigo sobre o concurso do TST, falando sobre minhas impressões das provas para analista administrativo e técnico.

Uma feijoada gordurosa em um dia quente


Voltei vivo das provas do concurso do TST e olha que não foi fácil. Só para vocês terem uma idéia de como foi minha batalha, primeiro enfrentei uma agradável viagem de ônibus de quinze horas até Brasília, depois de duas horas de sono reparador e almoço, me diverti com cinco horas de revisão relâmpago pré-prova, aí um pouco de TV a cabo porque ninguém é de ferro e uma boa noite de sono, no dia seguinte prova pela manhã (analista), almoço rápido e um banho, prova da tarde (técnico), corrida para chegar a tempo à rodoferroviária (lá em Brasília é esse o nome) para tomar o ônibus de volta para casa, que consumiria outras deliciosas dezesseis horas.

Mas o que interessa é como foi a prova, não o que enfrentei para chegar lá e voltar, certo? Talvez. Mas vamos por aí.

Analista Administrativo - A prova foi difícil. Venho estudando seriamente desde abril do ano passado, estudei forte para essa prova e achei difícil. Foi uma prova bem diferente do que a Cespe está acostumada a propor aos candidatos. As questões estavam mais densas, mais complicadas que de costume. Fiz muitas questões anteriores da banca de vários concursos e posso dizer que é nítido o salto em dificuldade ocorrido nessa prova. Tinha prestado no segundo semestre do ano passado o concurso do Inmetro, organizado por essa mesma banca, e posso dizer que o nível de dificuldade foi três vezes maior no concurso do TST.

Técnico – A prova foi mais tranqüila do que a prova para analista, mas mesmo assim estava bastante puxada. Achei que foi mais justa que a primeira por ter menos pegadinhas e complicações textuais. Se o candidato estudou com seriedade usando um bom material e não fez nenhuma bobagem na hora da prova, se sairá bem, o que tornará a nota de corte para esse cargo maior que para o de analista.

“Seleção, executada pelo Cespe/UnB, foi a maior já realizada no Distrito Federal. Ao todo, foram 151.045 inscritos”. Essas são palavras da própria Cespe em um comunicado recente sobre o concurso. Ainda segundo a banca, após a contagem final de candidatos que realmente prestaram provas (o índice de falta foi alto segundo comentário geral após as provas), a concorrência para as 205 vagas de analista é de 217 candidatos/vaga e para técnico, com 107 vagas, de absurdos 624 candidatos/vaga. Esses números altos querem dizer somente uma coisa, que a prova não poderia ser mesmo fácil, senão teria um montão de gente empatando em primeiro lugar, hehehehe. É isso que dá concurso público se tornar mania, aumenta o número de candidatos, as provas tornam-se mais difíceis e a concorrência mais acirrada.

Quanto à prova de analista, minha principal reclamação é quanto à densidade das questões. Sabe quando as questões são moldadas de forma a testarem o candidato inclusive quanto à capacidade de leitura e compreensão textual? Ou seja, se o cara leu e não entendeu, se ferrou. Havia também, como não poderia deixar de ser, várias das famosas “pegadinhas”, algumas muito inteligentes e traiçoeiras.

Quanto à prova de técnico, que fiz em apenas uma hora e meia ... não, não porque sabia tudo e achei fácil, muito pelo contrário, mas porque tinha de correr para chegar a tempo na tal rodoferroviária a para tomar o ônibus de volta pra casa. Além disso, meu foco nesse concurso foi para o cargo de analista. Como já disse, achei a prova de técnico mais tranqüila e um pouco mais fácil que a prova de analista, não havia, em geral, a tal moldagem para testar a capacidade de leitura e compreensão textual, as questões forma mais diretas, e as pegadinhas foram muito poucas e mais fáceis de serem detectadas.

Resumo da ópera – Comparo as provas do concurso do TST a uma feijoada gordurosa em um dia quente, ou seja, de digestão bastante lenta e difícil. De qualquer modo, não foi surpresa, para mim pelo menos, esse nível de dificuldade. Acabou, gente, a era das provas fáceis em concursos públicos, agora é se preparar ainda mais e melhor para provas difíceis e complicadas.

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Não perca amanhã meu artigo sobre os comentários sobre as provas do TST e os tipos de candidatos que encontrei lá em Brasília.

Não é a Corrida Maluca

Daqui a dois dias serão realizadas as provas do concurso público do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reunirá em Brasília dezenas de milhares de candidatos que estarão concorrendo por uma das 312 vagas oferecidas.

Quem vê esses números toma um susto. Quem faz parte desses números prevê uma carnificina. Afinal de contas, é muita gente para poucas vagas, não restam dúvidas. E quando alguém diz que não é preciso se preocupar com a concorrência, muita gente resmunga “esse cara é louco” ou “só diz isso porque não está nessa guerra”.

O pior é que quem diz que não há com o que se preocupar está certo e quem resmunga está errado.

Tem gente que vê concursos públicos como se fossem algo semelhante ao velho e divertido desenho animado Corrida Maluca, onde personagens para lá de estranhos disputam uma corrida em carros esquisitos, usando todo tipo de artifício, subterfúgio, truque, trapaça e plano para ganhar.

Na Corrida Maluca a maior preocupação dos competidores não é tanto ganhar, mas fazer seus concorrentes não terminarem a corrida. Daí vale de tudo. São serras para cortar ao meio um carro, pregos para furar os pneus de outro, armadilhas para tirar da corrida dois ou três competidores de uma vez só. É isso que torna esse desenho animado divertido.

Gente, isso é só um desenho animado. Não pensem que concursos públicos são a mesma coisa. Concurseiros sérios precisam se preocupar em estudar com qualidade suficiente (em termos qualitativos, quantitativos e de tempo) para passar e não em derrubar os concorrentes. Se você está realmente bem preparado, a vaga estará garantida a partir do momento em que você fizer a inscrição.

Quando eu estudava para o vestibular (queria Economia na USP), a maior preocupação de todo mundo que prestaria provas para alguma universidade pública eram os candidatos descendentes de japoneses. Por ter uma tradição muito forte de estudo, os japoneses inspiravam temor. Eu costumava brincar que levaria sushi com laxante no dia da prova, ofereceria para um punhado de japoneses e, assim, garantiria minha vaga.

Se nos concursos públicos e vestibulares cada um soubesse exatamente quais são as pessoas com as quais você está concorrendo a uma vaga, aí, sim, você poderia pensar em um esquema tipo Corrida Maluca de atrapalhar esses concorrentes como esse do sushi com laxante. Só que isso não acontece. Se concorremos com outros mil candidatos para uma vaga, só saberemos o nome de um deles, o nosso próprio nome.

Vocês querem saber qual concorrência realmente importa, somos nós mesmos. Se vencermos a nós mesmos em nossa preguiça para estudar, falta de motivação, medo, insatisfação e tudo o mais, venceremos em qualquer concurso público.

Tempos atrás assisti a um documentário muito interessante sobre a Guerra do Pacífico, a última fase da Segunda Guerra Mundial, onde os aliados, principalmente os norte-americanos, enfrentaram os japoneses nas ilhas do pacífico. Lá pelas tantas estava falando um veterano que havia sido tenente em Guadalcanal, um dos mais violentos cenários de batalha dessa fase da guerra, e ele disse que o temor dos soldados americanos não eram os soldados japoneses em si, que estavam pior equipados, cercados, com fome e com sede, mas sua filosofia, sua crença de que como guerreiros não havia melhor modo de morrer que lutando. Ou seja, os soldados japoneses inspiravam medo não porque eram soldados inimigos, mas porque lutavam sem temor da morte, isso, sim os tornava perigosos.

Resumo da ópera – Seja como um soldado japonês e vá para a guerra dos concursos públicos acreditando até a medula dos ossos de que a maior honra que você pode ter é morrer lutando, isso, sim, será a diferença entre a vitória e a derrota, a vantagem entre você e a concorrência. Afinal de contas, a Corrida Maluca é somente um desenho e o Dick Vigarista, o personagem que mais faz para prejudicar seus concorrentes, não ganha nunca.

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Como chegarei de volta em casa somente na segunda-feira no começo da tarde, postarei meu relato da prova somente na terça-feira pela manhã. Não percam.




Muy amigos

“Sugiro um artigo sobre comentar com amigos sobre concursos ou não. Eu acredito que certas pessoas inconscientemente emanam energias negativas quando comento sobre o concurso que quero e por isso evito falar”.

Esse é um assunto delicado, o modo como os amigos recebem sua decisão de se tornar um concurseiro. Em um mundo perfeito, onde amigos são amigos de verdade, que apóiam, dão força e tal, isso não seria um problema. Porém não vivemos em um mundo perfeito e os amigos, por melhor que sejam, são “amigos vírgula”, ou seja, 90% não são amigos a toda prova, o que é um problema.

Há amigos e amigos, isso é fato. Quem tem uma certa idade já se decepcionou com pessoas que pareciam amigos de verdade, mas que acabaram “pisando na bola” quando menos esperava que fizessem isso. Daí a dúvida sobre compartilhar os sonhos concurseiros ou não, já que quando alguém decide seriamente a investir nos estudos, o que menos precisa é de gente criticando e/ou desanimando.

Tenho por mim que sob essa ótica podemos classificar os amigos em três tipos.

Amigos compreensivos – Esse são os amigos de verdade, apóiam o concurseiro em sua decisão, dão força, apoio, compreendem que o cara precisa sumir um tempo para poder estudar com tranqüilidade e qualidade, não acham que ele é louco ou que está perdendo tempo. Infelizmente, esse tipo de amigo não é muito comum.

Amigos descrentes – Esse tipo é mais comum. São os amigos que acham que o concurseiro não tem chance de passar em concurso público, que está perdendo tempo, esforço e dinheiro. Esse pessoal não pensa duas vezes antes de desanimar e criticar.

Amigos muy amigos – Esse é o pior tipo. São pessoas invejosas que se fazem de amigos e quando vêm que o concurseiro está fazendo o que elas não têm coragem/disposição de fazer, começam a sabotar seus esforço. Esse pessoal usa do desânimo, do sarcasmo, do cinismo e de todas as outras armas de que dispõem para tentar fazer o concurseiro desistir do seu sonho de aprovação.

Os concurseiros devem ter muito cuidado com as pessoas que o cercam, sejam amigos ou parentes. Não é a toa que muitos concurseiros simplesmente preferem isolar-se até serem aprovados e empossados, justamente para não terem de perdem tempo e tranqüilidade lidando com os pequenos incêndios que vão surgindo, pequenas decepções e atritos. Não é a melhor solução, mas, muitas vezes, é a única solução, inclusive para mim mesmo.

Resumo da Ópera – John Kenndy disse uma vez que "Não sei qual é o melhor método para ter sucesso na vida, mas o melhor método para fracassar é tentar agradar a todos ao mesmo tempo". Parafraseando o famoso ex-presidente norte-americano, “Não sei qual é o melhor método para ter sucesso em concursos públicos, mas o melhor método para fracassar é tentar agradar a todos ao mesmo tempo” ... isso vale para amigos, parentes, namoradas(os), noivas(os), esposas(maridos), chefes, professores, conhecidos, gatos e cachorros. Então, concurseiros, cuidado. É melhor decepcionar as pessoas com seu sumiço, que ter o desgosto de ver essas pessoas jogando contra você e seu sonho de aprovação.

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Para quem tinha perguntado, hoje publiquei um punhado de comentários. Não o fiz antes por falta absoluta de tempo.

Estudar com que material?

Vocês já pararam para notar a quantidade e variedade de material de estudo para concursos públicos que há disponível atualmente? São dezenas de livros e apostilas, além de resumos, aulas em vídeo e MP3, esquemas de matéria, mapas mentais.

Diante de todo esse material, é inevitável a dúvida sobre qual é o melhor? Só que essa é a pergunta errada a ser feita. Você deve perguntar qual o material mais adequado. Parece não haver diferença entre as duas, mas há e é muito importante, isso porque o melhor material muitas vezes não é o mais adequado para um determinado tipo de concurseiro ou concurso.

Saber escolher o material mais adequado para seu nível de conhecimento e para os concursos para os quais se está estudando é fundamental para que o estudo seja efetivo e leve à aprovação. Não adianta nada gastar uma boa grana comprando o melhor livro do mercado, quando não se tem o conhecimento anterior necessário para aproveitar seu conteúdo plenamente ou quando não é o mais adequado para determinado concurso.

Direito Constitucional é uma matéria que tem muito material bom e ruim por aí. Agora, do que adianta um concurseiro iniciante que nem ao menos leu a constituição seca algumas vezes, tentar estudar por um livro dessa matéria voltada para concursos de magistratura? Nada, não adianta nada, é perda de tempo, esforço e dinheiro. Esse concurseiro estaria muito melhor servido se tivesse comprado um bom livro introdutório a essa matéria.

Uma parcela dos concurseiros simplesmente despreza qualquer tipo de apostilas e prega que estudo sério é estudo com livros. Para concursos da área jurídica eu até concordo com isso, afinal de contas, nesses concursos é cobrada jurisprudência e autores específicos. Agora, isso não é geral. Para concursos de nível de segundo grau, por exemplo, não há porque o concurseiro se cercar de livros de jurisprudência, quando boas apostilas (sim, elas existem) seria o material mais adequado.

Além do material tradicional, livros e apostilas, hoje os concurseiros têm a sua disposição uma gama maior de meios de transferência de conhecimento, que podem e devem ser usados como auxiliares de estudo. Eu, particularmente, gosto muito de aulas em MP3 e vídeo. Claro que esse tipo de material não abordam toda a matéria com a profundidade necessária, mas são ótimas para ajudar a assimilar os pontos que abordam. Além disso, é uma forma de descansar os concurseiros da leitura contínua, que depois de um ponto cansa bastante.

Há também os resumos, que dependendo da autoria podem ser ótimos ou uma porcaria, e que são uma ótima ferramenta para repassar rapidamente a matéria estudada. Quando se trata de resumos, prefiro estudar com os que eu mesmo faço, mesmo porque anoto os pontos da matéria que realmente tenho mais dificuldade em memorizar ou que são mais importantes. Uma novidade relativamente recente é os tais mapas mentais, um tipo de resumo gráfico, que, sinceramente, ainda não me acostumei. Não duvido que sejam ótimas ferramentas de auxílio ao estudo, mas continuo preferindo os resumos tradicionais.

Resumo da ópera – A diversidade de material de estudo disponível atualmente é de deixar qualquer concurseiro de cinco anos atrás babando de inveja. Lembre-se que esse pessoal tinha a sua disposição somente alguns poucos livros e apostilas, o que significava esforço em dobro para estudar com qualidade. Apesar dessa diversidade muito bem-vinda, é necessário critério para escolher o material mais adequado para seu nível de conhecimento e concursos que se vai prestar. Para isso, sempre tenha em mente que nem sempre o melhor material não é, necessariamente, o mais adequado.

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Esse assunto é amplo e oportunamente irei abordá-lo novamente em mais detalhes, mesmo porque é muito importante e uma armadilha na qual caem muitos concurseiros, que ainda não se deram conta de que não são aprovados porque estão estudando com o material errado.

Sem gás para correr

"De nada adianta formular objetivos se as pessoas não estiverem plenamente imbuídas de motivação pessoal para atingi-los. Se não houver um comprometimento sincero das pessoas e do grupo, os objetivos ficarão apenas no papel ou na intenção. Certamente não serão atingidos, pois faltará o gás necessário".

Deparei-me com essa passagem na introdução de uma apostila de Direito Constitucional e só tenho de concordar. Ela fala de uma equação muito simples, mas primordial na vida dos concurseiros:

Objetivos + Comprometimento + Motivação + Trabalho Duro + Tempo = Sucesso

Objetivos é fácil ter. Basta ter sonhos e desejos não realizados e pensar numa forma de transformá-los em realidade. Pronto, temos objetivos. Esse processo de formação dos objetivos é muito bonito e agradável. Quem não gosta de sonhar e fazer planos para transformá-los em realidade?

O comprometimento é um ingrediente mais raro e difícil de lidar. É ele que nos faz realmente aderir ao projeto de realização dos objetivos. Ele é aquele treinador que fica nos mandando continuar, não nos deixa desistir.

A motivação é a vontade contínua de transformar os objetivos em realidade. É o combustível desse motor. É um ingrediente também difícil de encontrar e que pode evaporar muito rápido.

O trabalho duro dispensa explicações. Entre os concurseiros recebe o apelido de HBC (horas de bunda na cadeira ... estudando).

O tempo é um ingrediente necessário e cuja quantidade vai depender da quantidade dos outros ingredientes. Todo concurseiro gostaria que fosse menos do que acaba sendo, mas essa quantidade independe de nossa vontade.

Juntando todos esses ingredientes nas quantidades certas, teremos no final o tão almejado sucesso, que é a transformação dos objetivos em realidade. E como é doce o sucesso.

Todos os ingredientes são importantes, não há dúvidas, mas o comprometimento tem importância especial. Sem comprometimento não haverá motivação, não haverá força para o trabalho duro ou paciência para lidar com o tempo. Enfim, sem comprometimento não haverá sucesso.

É exatamente o comprometimento que falta a muitos concurseiros. O cara tem seus objetivos, vê na carreira pública uma forma de alcançá-los e ainda de brinde alcançar tranqüilidade profissional e financeira. Começa a estudar com vontade. Mas se o cara não tem comprometimento, essa vontade esgota logo, ele vai diminuindo o ritmo de estudo e um belo dia descobre que faz tempo que parou de estudar, que as apostilas estão cobertas de poeira, assim como seus objetivos.

Resumo da ópera – Não adianta, gente, manter essa equação balanceada não é fácil e demanda muita atenção e cuidado da nossa parte. É como cozinhar, onde o cuidado começa no momento de escolher e medir os ingredientes, continua ao mexer os ingredientes no fogo, cuidar para que o fogo seja suficiente, esperar o ponto certo para continuar o preparo. Infelizmente não há piloto automático para manter essa equação balanceada, é você e somente você que terá de fazer isso.

Faltam seis dias ...

Segunda-feira ... agora faltam somente seis dias para as provas do TST, que acontecerão no próximo final de semana em Brasília. Como muitos concurseiros inscritos nesse concurso, prestarei provas para analista e técnico, portanto a quantidade de matérias para estudar é maior.

Para muito gente o desespero já chegou. O que estudar tão em cima da hora? Direito administrativo ou Administração Financeira e Orçamentária? Brigar com as matérias de administração ou quebrar a cabeça com matemática financeira? Ler a matéria integral, se concentrar nos resumos ou somente fazer exercícios? Desespero, desespero, desespero.

Calma, gente. Desespero numa hora dessas somente significará perda tempo precioso, o que concurseiros que lutam com seriedade não podem se dar ao luxo.

Não vou usar esse artigo para apresentar um guia de estudos. Nada disso. Vou somente dizer como será essa minha semana de estudo. Quero, com isso, mostrar que com algum planejamento e cabeça fria é possível aproveitar muito melhor a semana que antecede às provas. Vamos lá.

2ª Feira – Hoje pela manhã revisarei a matéria de Administração Financeira e Orçamentária (AFO) usando meus resumos e fazendo exercícios comentados. Darei especial atenção para os pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal que considero mais chatinhos de memorizar. No início da tarde farei uma bateria de exercícios de matemática financeira. No restante da tarde estudarei direito do trabalho. Às 19 horas pararei de estudar para relaxar um pouco.

3ª Feira – Pela manhã revisarei administração, RH e Recursos Materiais, também na base de resumos e exercícios. No início da tarde, exercícios de matemática financeira. No restante da tarde revisarei regimento interno com resumos e exercícios. Às 19 horas pararei de estudar para relaxar um pouco.

4ª Feira – Pela manhã revisarei gestão administrativa e relações públicas, também com resumos e exercícios. No início da tarde, exercícios de matemática financeira. No restante da tarde, direito constitucional. Às 19 horas pararei de estudar para relaxar um pouco.

5ª Feira – Esse dia será mais complicado. Praticamente todo o dia será tomado por compromissos pessoais muito importantes que não consegui adiar ou mudar de data. Terei no máximo duas horas pela manhã e duas horas à tarde, que usarei para revisar o que der de direito administrativo (matéria que tenho mais facilidade).

6ª Feira – Pela manhã revisarei duas das matérias que julgar estar menos preparado, bem como no início da tarde. Como estou no Sul de Minas, a quase 300km de São Paulo, concluí que a melhor forma de ir para Brasília é de ônibus, já que tem uma linha da minha cidade diretamente para a capital federal ida e volta, o que é muito mais prático e barato. O ônibus saíra às 15:30 e chegará em Brasília no sábado por volta de 6:00 da manhã. Como não sou de estudar em ônibus, vou ficar só na música e num livro divertido para passar o tempo.

Sábado – Considero esse dia muito importante. Enquanto muita gente acha que estudar no dia anterior à prova é quase um pecado e caminho certo para ir mal na prova, acho o contrário. Assim que chegar ao hotel no início da manhã, dependendo de como estarei, dormirei umas três horas ou então irei para a piscina tomar um bom banho gelado para relaxar. Após o café da manhã começarei a fazer uma revisão de resumos selecionados. Depois do almoço, continuarei a revisão, tirarei uma horinha para outro banho de piscina, então voltarei a estudar. Às 18 horas guardarei o material e nada mais de estudo. À noite comerei uma pizza com amigos da cidade (que já conheço e, portanto, não terei aquela vontade de visitar os pontos turísticos) e às 23 horas estarei dormindo, como todos os dias.

Resumo da ópera – Com certeza essa não é a melhor fórmula de estudo para todo mundo, mas é a que funciona comigo e é isso o que realmente importa. Se for para você aproveitar alguma coisa desse artigo, que seja não se desesperar com a iminência da prova. Muita calma nesse momento, pense com cuidado em como irá aproveitar esse tempo. Desespero e falta de planejamento pavimentam o caminho para a derrota, enquanto cabeça fria e planejamento o levarão à vitória.

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Tenho uma novidade para vocês. Dêem uma olhada na coluna da direita do blog, lá em cima (acima do globo com o número de visitantes), tem uma nova ferramenta para postagem de comentários. Basta colocar o nome, email e mensagem e clicar no IR, pronto, seu comentário será postado.

Novo artigo na segunda-feira. Bom final de semana de estudos.



We are the champions

Recebi um comentário muito interessante ao artigo “Não quero desanimá-los, mas ...”, no qual falava da concorrência em concursos públicos usando números do concurso do TST, que será realizado no final de semana que vem.

“Sinto muito te decepcionar amigo, mas hoje em dia não tem mais ninguém bobo. Essa estorinha cheia de percentuais que acabou de contar já existe há muito tempo e de lá pra cá muita coisa mudou e continua mudando. Quem não quer um emprego como o do TST? Não subestime os demais candidatos. Estatísticas não existem quando nós fazemos a nossa parte. Acredite, aqui em Brasília, concurseiro é profissão de carteira assinada e plano de carreira. Férias só após a aprovação, ou melhor, após a nomeação”.

Há algumas verdades e alguns equívocos nesse comentário, que valem a pena serem comentados, mesmo porque são de interesse geral dos concurseiros. Vejamos.

“Sinto muito te decepcionar amigo, mas hoje em dia não tem mais ninguém bobo”.

Bem que seria bom que fosse assim, mas não vejo, particularmente, diferença entre o nível de bobeira de anos atrás e o de hoje, seja entre concurseiros ou não concurseiros. Do mesmo modo que tem gente que continua votando em maus políticos (e votará nas eleições municipais no final desse ano), tem gente que continua comprando apostilas vagabundas em bancas de jornal e achando que estudar uma hora por dia com esse material será suficiente para ser aprovado em concurso público.

“Essa estorinha cheia de percentuais que acabou de contar já existe há muito tempo e de lá pra cá muita coisa mudou e continua mudando”.

Essas estatísticas não são criadas por mim ou por outros concurseiros, professores, não, estão nas estatísticas oficiais dos concursos. Um pouco de tempo e paciência para analisar os dados entregam esses números. Faço isso para todos os concursos que presto e apesar de variarem (como não poderia deixar de ser), estão sempre lá, seja para mais ou para menos. Não acredito, pessoalmente, que o concurso do TST será muito diferente. Claro que posso estar enganado, mas também posso não estar. O tempo dirá.

“Não subestime os demais candidatos”.

Nunca subestimo os demais candidatos, muito pelo contrário, faço questão de superestimá-los, pois assim se minhas expectativas forem altas demais, estarei ainda mais bem preparado. A triste realidade é que a maioria dos que prestam concursos públicos simplesmente não estudam mesmo, é fato. O cara vai lá, compra uma apostilinha, dá uma lidinha por uma hora três vezes por semana e ainda acha que terá alguma chance. Digo isso porque vejo acontecer, porque já fiz isso, porque tenho amigos fazendo isso.

“Estatísticas não existem quando nós fazemos a nossa parte”.

Cara, como eu gostaria que isso fosse verdade. Infelizmente, não é. Se você estuda mais e melhor que eu e tem mais experiência e tempo de estudo, terá mais chances de ser aprovado que eu. É fato. Se um cara que começou a estudar para concursos no dia em que foi divulgado o edital do concurso do TST, por mais forte que estude, estará em desvantagem em relação a um candidato que já está a dois anos estudando forte para concursos públicos. Ele fez a parte dele, mas as estatísticas falam mais alto.

“Acredite, aqui em Brasília concurseiro é profissão de carteira assinada e plano de carreira”.

Olha, dizendo isso você vai arrumar briga com os concurseiros cariocas, que afirmam que é o Rio de Janeiro a capital dos concursos públicos. Tudo bem que estar em Brasília, no Rio ou em São Paulo significa estar mais próximo dos melhores cursinhos preparatórios para concursos públicos, mas você concorda que se o cara não tem tempo e/ou dinheiro para aproveitá-los, estará praticamente na mesma situação de quem está estudando em uma cidadezinha de interior com três ruas? Além disso, a Internet e o Sedex estreitam distâncias e pode ter certeza de que tem muita gente dessas cidadezinhas que irá passar na frente de concurseiros brasilienses, cariocas e paulistanos em qualquer concurso.

“Férias só após a aprovação, ou melhor, após a nomeação”.

Vou além, digo que só depois da posse. O que importa e não desistirmos, nunca. Há candidatos muito bons estudando muito sério por todo o Brasil e estão nessa guerra de concursos públicos para vencer. Se não somos um desses candidatos, as chances de abocanhar uma das vagas oferecidas não serão muito grandes, é fato.

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A todo vapor, o tempo todo

Uma das cenas mais impressionantes que já testemunhei foi de uma gigantesca locomotiva a vapor, negra como a noite, em alta velocidade, abrindo caminho por uma paisagem gelada arremessando uma nuvem de neve para os lados enquanto engolia os trilhos. Algo mais ou menos parecido com a imagem aí em cima, mas muito, muito mais impressionante.

Quando leio sobre os casos de sucesso de concurseiros que abocanharam vagas nos melhores concursos públicos, me lembro dessa cena. A idéia que esses textos (e também muitos desses concurseiros bem sucedidos) passam é de que para ter sucesso na guerra dos concursos públicos é preciso ser como uma locomotiva a todo vapor, o tempo todo, abrindo caminho em meio à concorrência, ao mar de matérias para estudar, às barreiras das provas. Passam que só terão sucesso os concurseiros-locomotivas que nunca pararem, que nunca diminuírem a velocidade, que nunca deixarem de destruir qualquer barreira que surja a sua frente.

Gente, isso não é verdade, pois até as locomotivas precisam, às vezes, diminuir a velocidade.

Ontem mesmo foi um dia em que essa locomotiva aqui (isso, eu mesmo) precisou dar uma parada.

Pela manhã estudei normalmente. Nenhuma surpresa. Mas no começo da tarde, quando peguei o material para estudar, bateu um desânimo bravo. Notem que preguiça e desânimo são diferentes. Enquanto a preguiça é ter energia, mas querer estudar, desânimo é o contrário, querer estudar, mas não ter energia.

E lá estava eu sentado na minha mesa de estudo, material na minha frente, programa de estudos diante de mim na parede, o relógio marcando a passagem inexorável do tempo e ânimo zero para começar a estudar. O que fazer?

Quando o problema é preguiça, a solução é simples. Basta colocar a preguiça de lado, lavar o rosto com água gelada, pensar na tranqüilidade da posse em cargo público e começar a estudar. Logo ela cede e vai embora. Agora, quando o problema é desânimo, a coisa é mais complicada.

Não é nenhum pecado sentir desânimo, mesmo porque quando ele aparece é sem avisar, visitando todo e qualquer concurseiro. Sim, até aqueles concurseiros bem sucedidos tiveram suas manhãs, tardes ou noites de desânimo. Notem que falo em desânimo no sentido de falta de energia, falta de concentração, não tem nada haver com não acreditar na meta de se tornar servidor público, não há duvida quanto a isso, é, mesmo, uma questão de baterias esgotadas.

Então lá estou eu desanimado olhando para o relógio. O que fazer? Simples, coloquei o material de estudo de lado e tirei o resto do dia de folga.

Estou ouvindo alguns concurseiros gritarem em desespero. “Como? O cara tirou o resto do dia de folga? Ele endoidou”.

Calma, calma. O que importa é como usei essa folga. Não fui dormir (apesar de ontem estar chovendo e uma boa soneca ser muito convidativa), assistir a Sessão da Tarde ou jogar vídeo game. Não, nada disso. Dediquei a folga para organizar meu material de estudo. Organizei apostilas, pastas de resumos, material sobre concursos. Organizei também o material que está no meu computador, apostilas em PDF, provas anteriores, limpei as caixas de emails, dei uma olhada naqueles links sobre concursos que havia salvo nos Favoritos faz tempo e ainda não tinha olhado. Isso, sim, é o tal do ócio criativo. Usei minha folga para fazer algo que uma hora ou outra teria mesmo de fazer, talvez abrindo mão de um tempo de estudo quando não tivesse desanimado e pudesse estudar a todo vapor.

Resumo da ópera – Gente, não caiam nessa armadilha de achar que concurseiro de sucesso não tem seus momentos de desânimos. Isso não é verdade e nunca será. O desânimo bate às nossas portas sem ser convidado. Não há como evitar. Quando ele aparecer, procure lidar com a situação da melhor forma possível. Se o desânimo for bravo, tire uma folga, mas use esse tempo sem estudar de forma útil. Talvez você possa passar a limpo alguns resumos, procurar na Internet material de estudo, dar uma olhadinha nas mensagens de algum fórum concurseiro. Respeite seus limites, saiba lidar com eles. E porque não usá-los como mais uma ferramenta para o sucesso? Eu uso e recomendo.

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Quem tiver blogs ou sites sobre concursos públicos ou com material de estudo para concurseiros e quiser trocar banners, me mande uma mensagem como email de contato. Vamos nos ajudar a divulgar os bons sites concurseiros.

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Resumos, resuminhos e resumões

Pouco depois de começar a estudar para concursos públicos, um amigo me ligou oferecendo algum material de estudo que ele tinha e não estava usando. “No final do ano passado também comecei a estudar, mas depois decidi abrir um negócio com meu irmão e como está indo bem, não vou precisar do material”.

No dia combinado fui buscar o tal material, que consistia em um livro introdutório de Direito Constitucional, duas apostilas de concursos passados, uma pilha de material esparso impresso da Internet e “os meus resumos de estudo, esses são campeões”. Só para vocês terem idéia, o tal livro de constitucional tinha pouco mais de cem páginas e o resumo que o cara tinha feito dele tinha oitenta páginas!

A culpa não é desse amigo, sua ou minha, é dos nossos professores de português e literatura que não nos ensinaram ou ensinaram errado a como resumir textos. A arte do resumo não é complicada, mas tem seus truques. O pior é que não é acessível. Se você procurar no Google, vai encontrar um punhado de referências, a maioria superficial e pouco prática. Além disso, diferentes tipos de textos pedem diferentes tipos de resumos.

A idéia do resumo é condensar as idéias e informações principais dos textos, que então será usado como chave de memória, para lembrar ao leitor do cerne do texto, deixando os detalhes serem lembrados naturalmente. Logo, se um texto tem cem páginas, um resumo não pode ter mais de vinte ou trinta páginas, quando muito.

Não vou ensinar aqui a como fazer resumos, mesmo porque aprendi a fazê-los sozinho e se para mim é o melhor método, tenho certeza de que não é o mais correto e mais fácil de ensinar/aprender. Mas vou dar algumas dicas que podem ser úteis.

Dica 1 – Use palavras-chave. Resumo não é texto literário e não precisa ser gramaticalmente correto, pode ser telegráfico. Então, ao invés de escrever “A sede do TST é na capital da república”, escreva “Sede TST – Capital república”. Pronto, passou a idéia, gastou menos tempo para escrever e menos tempo para ler.

Dica 2 – Faça resumos em folhas sulfite A4 e seja generoso com os espaços. Um pacote desse tipo de papel custa menos de R$4,00 e por isso não justifica escrever com letras minúsculas querendo espremer tudo em uma única página. Isso dificulta a leitura e a absorção. É provado cientificamente que resumos espaçados e com letras grandes em folhas de papel branco sem pauta são muito mais efetivos para ativar a memória.

Dica 3 – Não se preocupe em fazer uma letra linda, desenhar firulas (estrelinhas, desenhinhos, ...) e fazer linhas retas usando réguas. Bobagem. O que importa é o teor do resumo, não o formato bonitinho. Se está legível, bem espaçado e com letras grandes, além, claro, de transmitir a mensagem a que se propõe, então está ótimo.

Dica 4 – Use setas indicativas de diferentes tamanhos e formatos para indicar os pontos mais importantes do resumo. Esse subterfúgio é muito útil para chamar a atenção.

Dica 5 - Faça seus resumos com lápis ou lapiseira. Apesar de não ficar tão fácil de ler quanto quando se usam canetas coloridas, é mais fácil de apagar e consertar em caso de erro ou de melhoramento. E nem pense em fazer resumos digitados, é perda de tempo, dá mais trabalho e não tem a mesma flexibilidade em termos de posicionamento do texto e desenho de setas indicativas.

Dica 6 – Não adianta nada fazer um bom resumo sem protegê-lo. Lembre-se de que se trata de um manuscrito original e que qualquer respingo de café, sujeira ou água pode inutilizá-lo. Se isso acontecer, o mínimo que você terá de fazer é uma cópia e o máximo é ter de fazer um novo resumo. Portanto, deixe de preguiça e proteja os resumos em uma pasta com plásticos (prefira os plásticos mais grossos, que são melhores de manusear que aqueles muito fininhos).

Dica 7 – Antes de começar a fazer o resumo, acostume-se a colocar num dos cantos (eu prefiro o canto superior direito) o nome da matéria e o número. Dessa forma, se a papelada misturar, você saberá de que matéria é o resumo e qual é a ordem das páginas. Por exemplo, se o resumo é de Garantias Fundamentais em Direito Constitucional, use um código do tipo Garant. Fund. Dir. Const. e então numeração da página.

Nesse link você poderá ver a página de um dos meus resumos. É assim que eu faço.


Resumo da ópera – Resumos são essenciais para qualquer concurseiro. Essa é a melhor forma de revisar rapidamente a matéria e ativar na memória os conhecimentos adquiridos. Para quem já sabe fazer resumos, nunca é tarde demais para refinar o método. Para quem não sabe, já passou a hora de aprender.

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